quarta-feira, 24 de março de 2010

É todo um processo.

Chegaste. Tun-tun-tun-tun (124 bpm’s). É independente da vontade das partes. Hoje me cobri com algo diferente. Um preto, branco, marrom e xadrez. Unhas verdes. Há quem diga que estou bem, que fiquei bem. Há aqueles que pensam estar revoltada. E eu nada tenho dito. Observo. O vermelho desejo das unhas e o olhar sedução de olhos e sorriso. O jeito calado, alado, como quem desbrava além-mar. Cada segundo atencioso é rápido e também interessantemente provido de estranhas vontades.
Quanto à espécie: é mulher. Neste caso não há litígio e a minha voluntariedade de disposição é notável. O sabor me parece bom: um gosto de café quente, tomado à beira de pingos chovidos no mercado, quando de uma alvorada.
Estranho é achar que dois estranhos, de forma estranha, agradecendo por serem estranhos, não resolvam se entranhar de forma ainda mais estranha. Mas a mim não me é estranho, é corriqueiro. Pretensões estranhas de relacionamentos regados a aulas revistas.
Incomoda-me notavelmente aquela despreocupação, aquele ar de muito longe. Na verdade sou eu quem assim está. Não! Na verdade, somos nós. Mas não se trata da mesma dimensão. Eu despindo aquele ser e ele conectado a outro. E só me interessa que essa conexão não seja de corpo e alma. Vou precisar do corpo... E por que não a alma também?Ah! Mas pobre de mim... Um pobre pagão. Como poderei alimentar a bela criatura do mundo cristão? Difícil, temo ser, a conquista. Mostrarei cores, flores, canções, haikais, sonetos, poetas e liquidações de restos de uma suposta intelectualidade. É todo um processo. Porém, me pergunto: será?

Nenhum comentário:

Postar um comentário