Ouço os
trovões da sua banda preferida. Acabou a
chuva e começou a tempestade. Os ventos uivam, ferozmente,desde o tempo em que
você me fez desacreditar em você. O escuro que você dizia ter, passou a ser um
lado ainda mais negro. Nem as suas e nem as minhas lágrimas lavarão as trevas
que há no seu ser. E eu culpo a sua formação no seu inteiro teor. Da concepção
ao desenvolvimento.
Me desculpe, extrapolei no meu apego. Apego demais pesa.
Dizem que somos jovens demais para tanto sentimento. Eu digo que jovem é o
amadurecimento de todos os que assim pensam. Mas não os crucifico, ando longe
de ser um romano.
Quando as
luzes se apagam o meu respiro é um suspiro aliviado porque estou mais uma vez
ao seu lado, compartilhando quase tudo.
Quase.
Não há mais conversa. Risos amarelos e insatisfeitos enfeitam o chão que eu
piso com vergonha e desespero.
Amanhã amanhecerá com a vontade do esquecimento e tudo que conseguirei é um
novo motivo para prolongar qualquer sofrimento.
A glória passou de um orgasmo. Agora não há nós. Existe eu e você disputando
quem dá menos de “si para ti”. Porque o que importa agora é o ego.
O ego.
Sempre iremos reclamar quando nosso orgulho se ausentar. Consumidos pela
opinião pública e a calamidade do ser.E
a sexualidade envolta dos absurdos sociais. Até que o próximo amigo se
afaste porque está sofrendo do mesmo mal que você.
Amor.
Mas ora vejam só quanto clichê.
Não é inteiro. Se não é inteiro não é amor. Amor não é ficar por cima. É estar
ao meio, como no início: as mãos gélidas e os calafrios amargamente
disfarçados. É toda a razão trabalhando pela emoção. Todos os programas, fins
de semana e feriados planejados para um único fim: amar. Ou seja lá o que for
mais forte.
Um banho dado pela primeira vez. Uma primeira-melhor-viagem da sua vida. O
vômito de uma noite embriagada e sustentada no respeito confuso e meio
consistente. A primeira droga da minha vida.
A vida
compartilhada. O mesmo filme. O mesmo lençol. A mesma cama. A mesma música. A
mesma covardia. E o mesmo pior orgulho. A mesma pior vantagem.
“Vantagem”.
Já se passaram de dois Janeiros a dois Setembros.
O par é o que me interessa. O ímpar me
enfurece. Quero resultados inteiros. Não quero ninguém e nada quebrado. Francionado.
Te levo na mochila ou na minha nova bolsa de lado e da moda. Não importa como
mas eu levo.
Volta.
Transcende ao bom início e pára por lá. Porque foi puro. Mesmo que não pareça,
foi. Foi o que todas as palavras e enfins não conseguem explicar com tanta
veracidade e empolgação. Com respeito.
ResPeito.
Da criança à mulher. Do sentimentalismo juvenil ao choque de realidade. Do
desejo a amizade. Do prazer ao desconforto. Do desconforto ao prazer. Das
idiotices à toda a sinceridade. E das idiotices sinceras. Da vergonha ao medo. Da
ignorância ao esclarecimento e um milhão de explicações. Do ciúme à
brincadeira. Da chuva a tempestade. Do sujo ao esgoto. Do chão ao chão. Do nu
com o nu, sem nojo ou vergonha. E do pelo ao apelo.
Da alegria até a tristeza. Do fim do ínicio ao fim do final e começo do
re-início. Do mesmo erro e da vontade de ser diferente.
Da hora que
agora são só segundos.
Do escárnio
aos poemas.
Daqui até aí. Indo e voltando.
Da chuva . Tempestade.
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