sábado, 28 de agosto de 2010

Do não-lixo.


Você sabe o que é lixo? Você sabe? Tem certeza que sabe?
Pois bem... Lixo: é tudo aquilo que não serve, é um supérfluo, é um inútil, é o que não se quer, é o que se joga fora.
E você não é um lixo. Nunca foi. E nem será. Digo por que me conheço. Eu te conheço. Eu digo por que eu ligo. Eu digo por que eu te mereço. Porque eu mereço cada espirro, cada bocejo e o teu apreço. Quando eu não tiver isso, aí sim eu vou dizer que sou lixo. Posso ser jogado fora. Descartado! Não vou ter utilidade. Eu vou existir só pra lembrar de você? Quando o que eu mais preciso é tua companhia desajeitada? Não! Prefiro ser pó.
Não é lixo, o que se precisa. E eu preciso de você. Com todos os defeitos mais perfeitos. Eu preciso do teu cabelo sujo, do teu all star antigo no canto, do rímel preto no teu olho, eu preciso das promessas de assistir um filme no domingo. Eu preciso da minha outra metade que está aí em você.
Quando você for lixo, a luz será escuridão. As flores não irão nascer. Nada irá. Nem a Terra existirá mais... será um vazio preenchido com trevas.
Não pode ser lixo, o que a humanidade precisa. De gente com luz. De gente com vida. De gente com problemas, como toda gente. De gente neurótica, pra que se desenvolvam drogas. De gente doente, pra receber remédio. De gente carente, pra receber carinho. De gente feliz pra doar alegria. De gente com luz, pra irradiar outra gente. De gente-você, pra me fazer crer na gente.
E é assim que eu sobrivo. É de você que não é lixo. É de você que é simplesmente o meu alívio. E por você eu gasto até o tempo que eu não tenho, o que for preciso e o que não for preciso.

Isto é para você minha Lhuz.

Um comentário:

  1. Olá querida... Obrigado por seguir-me nos meus dois blogs. Suas indagações foram respondidas nos meus comentários. Beijos querida Nunes

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